terça-feira, 6 de outubro de 2009

E entrei no ônibus apressada, suada e quase sem ar. Me acomodei depressa catando ainda o dinheiro da passagem na bolsa. Dava pra ver que do lado de fora, era um lindo dia. Já tinha notado antes, mas olhando da janela, parecia ainda melhor. Não tinha como não reparar na cor do céu, do sol, das pessoas, das coisas. Passando pela ponte, o vento começou a entrar por todos os lados. Parecia dançar ali dentro trocando de janelas o tempo todo. Nunca havia sentido um vento tão agradável e tão convidativo. Entre cochilos e olhadas pra fora, resolvi que sairia do ônibus só quando tivesse que fazê-lo. Danem-se os planos e assim foi. De lá, fui andando com calma até onde eu pudesse pegar outra condução e voltar pra casa. Prestei atenção em cada rosto, cada som e depois, não percebi mais nada. Aquele vento veio de novo e por alguns minutos, ficamos só eu e ele. Não ouvia os barulhos da rua, das pessoas conversando. Tá certo que também não vi um ônibus vindo na minha direção. Não sentia mais meus pés doendo, nem calor, nem nada. Era como se de alguma forma quase inconsciente, eu tivesse sido capaz de anular o que havia em volta por completo. Então, uma senhora sorriu pra mim, me fazendo lembrar que eu estava cercada de gente. Sorri de volta e só. Continuei andando e imaginando pra onde as pessoas iam ou de onde estavam vindo, se eram legais, chatas, humildes, rudes, mães de família, filhos de pais separados. Enfim, se eram felizes.
- Linda linda linda!
Era uma voz masculina a qual eu não agradeceria, mas também não passaria indiferente. Talvez eu estivesse de fato linda linda linda e por hoje, livre livre livre...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"Diferente. Mais sorridente, eu acho."