domingo, 23 de novembro de 2008

Formidável Mister Vaquer

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Há dias

Olha, eu estou precisando de férias. Mas não daquele tipo em que a gente se diverte, sai de um lado para o outro, shopping, praia, sorvete, festas, viagem! Eu ando me contentando com bem menos quando o assunto é esse. Preciso apenas de um tempo pra só fazer... fotossíntese!
Dias vão, dias vêm, uns em vão, outros nem.
Quem saberá a cura do meu coração senão eu?
Não creio em santos e poetas.
Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu.
Melhor é dar razão a quem perdoa.
Melhor é dar perdão a quem perdeu.

Cigarro - Zeca Baleiro
Eu falo de amor à vida, você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto e você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra
festa mas você só quer atingir sua meta.

A seta e o alvo - Paulinho Moska
Pressa

Acordo às 7:30 h e tomo um café correndo. Literalmente, no calçadão. Sempre gostei desse papo de respirar ar puro, seja lá o que for isso. É quase hora de estar no estágio. Faço o caminho inverso e quase sem ar, lembro que o elevador quebrou. É preciso retornar de escada ao meu apartamento, que aliás já esqueceu o conceito de organização. Entro, tomo um banho breve, procuro uma roupa 'melhorzinha' no armário e visto. Odeio batom, mas uso. Todo mundo usa e eu não gosto de me sentir excluída. Desço novamente correndo e procuro meu carro na garagem. É claro que não me lembro onde estacionei. Fiz isso tão rapidamente porque precisava terminar uns relatório em casa, que não tive tempo de decorar a vaga. Correto. Finalmente o encontro: ali, cheio de poeira. Me acomodo e acelero porque 'o tempo voa', 'o tempo não espera ninguém'. Meu carro fica parado num congestionamento durante alguns preciosos minutos, mas quando finalmente 'desengarrafa', é só acelerar de novo. Estaciono em frente ao escritório, bato a porta e saio. Enquanto tento atravessar a rua, lembro de um fato importante: minha bolsa e meus relatórios ficaram no carro desde ontem, no banco de trás. Eu, então, abro novamente a porta, pego minhas coisas, atravesso a rua e finalmente chego onde devia. Ah, que maravilha! Só 10 minutinhos atrasada. Dou 'bom dia' à minha supervisora enquanto ajeito o cabelo que o vento despenteou e disfarço um sorriso sem graça. Sento em minha cadeira e olhando pela janela eu me pergunto por que a partir daquele momento o tempo vai parecer tão preguiçoso.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

# A tia de Luiza, irmã mais velha de sua mãe, permanecia no fogão preparando algum doce diferente, desses que elas não costumavam comer na Escola Católica onde estudavam. Dona Sandra era baixinha, um tanto gorda e com um coração muito bondoso. Ficara feliz com a notícia de que Luiza e suas amigas passariam algum tempo na casa, já que geralmente era sozinha. Acordava com o canto do galo e dormia logo após o pôr-do-sol. Sobrava-lhe muito tempo ao longo do dia e suas tarefas eram praticamente sempre as mesmas. Luiza parou ao lado de sua tia e beijou-lhe a bochecha; elogiou o cheiro agradável que o doce desprendia no ar e foi para o lado de fora da casa na companhia de suas amigas.

domingo, 9 de novembro de 2008

# Luiza se levantou e pôs novamente a escova no lugar. Ficou alguns segundos observando de perto o seu rosto, com o qual aliás, era bastante satisfeita. Levou um enorme susto quando de repente percebeu o quarto sendo invadido por sonoras gargalhadas. Olhou rapidamente para a porta, questionou o motivo de tantas risadas e ao descobrir que se tratava de uma travessura de Marina, não se conteve e riu também. Esta, era a mais velha do pequeno grupo de 4 amigas. Aos 14 anos, era alta, loira, cabelos longos e um corpo magro; um nariz um tanto esquisito com o qual ela não se incomodava. Não gostava mesmo era de seus olhos verdes. Achava-os sensíveis demais à luz do Sol. Perdia-se frequentemente em seu romantismo e apesar de sua insegurança perante os garotos, batalhara até ali pelo coração de um menino de sua classe. As quatro saíram do quarto e dirigiram-se à cozinha.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

E é tão fácil reparar que o que foi já não é mais vantagem;
vá pela sombra e o que sobra é a miragem.

A miragem - Jay Vaquer

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

# Enquanto suas amigas observavam os grandes cômodos da casa, entrou no quarto a passos lentos e foi em direção à janela. Abriu-a, debruçou e ali ficou por alguns segundos observando o sol com os olhos quase fechados. Foi até a penteadeira, pegou uma velha escova de cabelos e após examiná-la, sentou-se com as pernas cruzadas sobre a colcha de retalhos. Ainda sim, olhava a janela e é claro que a vista do lado de fora diminuira; agora seus olhos apenas alcançavam um pedaço do céu e algumas folinhas de uma imensa árvore que havia atrás da casa. Luiza começou a escovar os cabelos lisos na altura dos ombros. Preferia que fossem mais longos, mas acreditava que demoravam demais a crescer e por isso, ia frequentemente ao salão e pedia para que o cortassem. Era uma maneira de fazer parecer que eram assim por que ela não permitia que fossem maiores. Gostava de ter o controle da situação. Era bastante madura para os seus 10 anos recém completados.

domingo, 2 de novembro de 2008

Eu não sou diferente de ninguém
quase todo mundo faz assim.
Eu me viro bem melhor
quando tá mais pra bom que pra ruim.
Não quero causar impacto,
nem tão pouco sensação.
O que digo é muito exato
é o que cabe na canção.
Lulu Santos - Condição