segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

# As meninas sentaram-se no chão sobre a grama. Era assim que preferiam, mas na escola geralmente eram impedidas de fazê-lo, já que "moças que sentam no chão não estão de acordo com as boas maneiras de uma dama". Dizia irritantemente a zeladora. Helena fazia trancinhas no próprio cabelo enquanto as outras meninas conversavam. Cabelo este, que já fora tingido, cortado, enrolado, alisado algumas vezes ao longo de seus 12 anos pré-adolescentes. Era uma menina decidida, rebelde, cheia de problemas com os pais. Eventualmente contava seus segredos para Luiza e Marina. Achava a primeira jovem demais e a outra, insegura. Entretanto as amava infinitamente, precisava delas. Helena levantou-se num piscar de olhos e interrompendo o assunto das meninas, confessou estar entediada, avisou que tivera uma idéia e falava rápido, com medo de que as palavras lhe escapassem. Sugeriu que ao anoitecer, elas fossem em direção ao lago, a fim de descobrir o que havia de interessante para além do quintal.

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